Cestas, dribles, enterradas são jogadas lindas e que fazem da rotina do basquete da Sociedade Esportiva Palmeiras desde 1923, ano da fundação do esporte no clube. Mas em 2014, a grandeza do Basquete Palestrino não se deu dentro da quadra e sim fora, quando o alviverde imponente demonstrou o maior legado do esporte: o seu lado social de servir como exemplo.
Quando o alviverde jogava em Brasília pelo NBB, a torcida local, especialmente da subsede da Mancha de Brasília, comparecia em peso e fazia do Ginásio da ASCEB a casa do Palestra. Entre muitos apoiadores do alviverde, um chamou a atenção. Lucas Neres, Palmeirense doente e fã do basquete do clube. Sempre de sorriso aberto e demonstrando alegria, Lucas não aparentava passar por um momento delicado. O jovem, natural de Planaltina (DF), sofria de insuficiência respiratória por causa de uma doença chamada bronquiolite obliterante, possuindo apenas 25% da capacidade de seu pulmão direito. O esquerdo teve de ser retirado ainda quando bebê. A única forma de sobreviver era fazer um transplante de pulmão no Canadá, que custava cerca de R$ 711 mil.
A história comoveu o departamento de basquete do alviverde, que, além de todo o carinho dos jogadores com Lucas, promoveu uma ação solidária. No dia 25 de fevereiro de 2014, o guerreiro Lucas veio para São Paulo e comparaceu na partida entre o Palmeiras/Meltex e Universo/Goiânia. Além da vitória do alviverde, toda renda do jogo foi doada para o gartoto. Além disso, nos dias seguintes, Lucas visitou a Academia de Futebol, participando da entrevista coletiva com o então técnico Gilson Kleina, e entrou em campo com os jogadores no triunfo de 2 a 0 sobre o São Bernardo no estádio do Pacaembu.

Lucas faleceu em maio de 2017 aos 20 anos no hospital Santa Clara, na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Todo trasnlado do Sul para Brasília e o enterro foram pagos pela Mancha Verde.